FAVORITISMO DE FLÁVIO DINO MOVIMENTA CÂMARAS MUNICIPAIS

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Imagem pesquisa

O favoritismo de Flávio Dino (PCdoB), pré-candidato ao governo do Maranhão, tem sido motivo de preocupação no interior do Estado e o principal argumento para a antecipação de eleições nas Câmaras Municipais.

A última pesquisa registrada apontou Flávio Dino com 56% das intenções de voto contra apenas 23% do seu principal opositor, Edinho Lobão. Depois da divulgação dos números e diante da movimentação da classe política, começou um movimento para a antecipação de eleições que normalmente só ocorreriam no final deste ano.

Muitos municípios são governados por prefeitos ligados ao grupo Sarney. Os prefeitos mantem um controle quase absoluto sobre os vereadores para garantirem a aprovação das matérias do Executivo. Com o panorama que se apresenta, confirmada a eleição de Flávio Dino, a mudança se refletirá na vida política dos municípios. Vereadores que hoje são leais a um grupo poderão mudar de ideia depois de outubro, mês das eleições.

É desse pensamento que muitos prefeitos partem para incentivar a antecipação das eleições nas Câmaras dos seus municípios. Entendem eles que, se realizada a eleição agora será mais fácil controlar os edis.
Um exemplo é Bacabal e Codó,por aqui, a eleição da mesa diretora da Câmara será no inicio deste mês de Junho.

Em Bacabal, uma das maiores cidades do Maranhão, é grande a movimentação para antecipação da eleição da Câmara. O prefeito da cidade é o pecuarista José Alberto Veloso (PMDB). Ele conta com o apoio da maioria dos vereadores mas teme que, caso se concretize a eleição de Flávio Dino, não tenha condições de eleger um aliado seu para presidir o Poder Legislativo na cidade.
Nesta quarta-feira, deve ser votado um projeto de Resolução para alterar o Regimento Interno da Câmara que disciplina a eleição. A presidente da Câmara, vereadora Regilda Santos (PSD) está desgastada com a denúncia de ter cometido irregularidades na assinatura de contratos. O processo está sendo conduzido pelo articulador político e guru do prefeito, o empresário Gilberto Lacerda.

 Fonte Louremar Fernandes

4 Responses

  1. O PT do Maranhão e a sua dialética política

    Suponho que falte ao PT maranhense a construção de um projeto próprio de desenvolvimento, em parceria com a sociedade civil, que o coloque como protagonista político e não mais como coadjuvante

    Li com atenção a postagem do dirigente do PC do B, Walter Sorrentino, Secretário Nacional de Organização, a respeito da decisão da Executiva Nacional do PT em manter a aliança com o PMDB no Maranhão, ocorrida no dia 26 de maio. É legítimo e oportuno que o mesmo manifeste posição sobre o PT de quem há décadas é parceiro do seu partido em nível nacional e em diversos estados. Também é legítimo o dirigente comunista defender a candidatura de Flávio Dino, afinal o PC do B aposta nessa candidatura única a governador, em todo o Brasil.

    Também é compreensível que a candidatura de Flávio Dino tenha reconhecimento de uma boa parte da população, que o vê como “solução” para governar o Estado, assim como é procedente fazer referência à decisão do PT nacional de 2010 que definiu pela aliança com o PMDB, como acrescenta o dirigente: “Estava eu, representando a direção nacional do PCdoB, no mesmo dia em que meu amigo Paulo Frateschi, representando a direção nacional do PT, em São Luís, proclamou que ‘decisão legítima era para ser cumprida'”.

    É contundente sua afirmação de que o PT indicou o vice de Roseana Sarney, em 2010, e que o mesmo foi retirado da cena sucessória e alçado ao TCE no Maranhão. Porém, “os míseros 2% de votos” aos quais se refere o dirigente comunista foram exatamente a diferença que o PT deu e definiu a eleição de Roseana, no primeiro turno. Tal questão não deve ser vista como mera constatação política, considerada pelo candidato do seu partido desde os momentos iniciais de sua peregrinação pelo Estado. Mas ele preferiu primeiro “dialogar” com aqueles “oriundos” de quem ele tanto condena, que é a oligarquia. Aliás, muitos que hoje se tornaram “camaradas” ou neocomunistas são denominados de oligarcas ou coronéis regionais. No entanto, prevalece a máxima: basta ser contra a oligarquia que serás “ungido” a um bom político. Porém, a “escolha” dos seus “seguidores” ou dos novos “camaradas” se deu, talvez, porque Flávio Dino tenha subestimado o PT e a grande maioria dos petistas. Ou, ainda, por tentar atrair o PT pedindo que nós, petistas, que apoiamos a aliança com o PMDB, em 2010, pagássemos pelo nosso “pecado”, como o fez, publicamente, na Carta Capital. Os pecadores somos nós, portanto, deveríamos render graças ao candidato santo que “ungia” os novos aliados oriundos da oligarquia.

    A afirmação de que a disputa interna no PT do Maranhão tenha se acirrado após as eleições de 2010 é, em parte, verdadeira, mas há controvérsias para muitos dos que conhecem a realidade do PT local, desde as primeiras disputas sobre as quais aprendi com os cursos de formação, as leituras e as extensas análises de conjuntura realizadas no PT maranhense. Logo depois da sua fundação, o PT do Maranhão foi marcado pelas primeiras disputas – camponeses e urbanos e sucessivas outras passando por Dutra x Vila Nova e uma geração inteira de acirramentos nos anos 1990 e 2000 – como visto em estudo acadêmico. O PT do Maranhão representa uma força viva da sua militância que sobrevive às suas contradições e a uma pluralidade de posições. Suponho que falte ao PT maranhense a construção de um projeto próprio de desenvolvimento, em parceria com a sociedade civil, que o coloque como protagonista político e não mais como coadjuvante, como tem sido ao longo dos anos envolvendo alianças com o PDT, o PSB, o PMDB e, agora, a tentativa do PC do B.

    O que faltou à lente do dirigente do PC do B foi reconhecer que o seu Partido fora aliado da tão falada oligarquia, em 1995, quando Roseana era do PFL e o governo federal era FHC, a quem era oposição. Faltou reconhecer que o PT do Maranhão está nessa aliança por uma posição de defesa de um projeto de Nação, papel que cabe a quem tem a concepção de partido nacional.

    O PT pode até estar fragilizado no Maranhão, mas nunca sem perspectiva, como acentua o camarada Sorrentino, pois defendemos, claramente, o projeto que está em curso no Brasil e que tem, como prioridade, a reeleição de Dilma. Dessa missão, nós não abriremos mão a favor de quaisquer outros interesses. Também não abriremos mão da nossa tática: a eleição de parlamentares para dar sustentação à nossa Presidenta. Mas, infelizmente, no projeto do candidato do PC do B a prioridade é para aqueles que atacam a Dilma e o nosso projeto, inclusive deputados que, outrora, estiveram do lado de cá, mas que optaram pelos partidos adversários do nosso projeto.

    Com base em que o dirigente comunista afirma que a maioria dos petistas apoia Flávio Dino? O PT, diferente de outros partidos, é uma força viva e, no Maranhão, possui diretórios organizados em 215 dos 217 municípios maranhenses. Quantos destes diretórios apoiam Flávio Dino? Com base em que o dirigente do PC do B afirma que o PT do Maranhão não representa, enquanto partido, a vontade, nem dos petistas, nem dos maranhenses?

    Afirmar que a decisão do PT a favor do PMDB é grave é, além de desrespeito à posição política de um partido parceiro de alianças históricas, desrespeito à ampla maioria dos delegados e delegadas que votaram nesta proposta de aliança. Talvez a mais acertada afirmação do dirigente comunista seja a de que “Flávio Dino não é o anti-sarneysismo, apenas, é o pós-sarneysismo”. Não sei se pelo fato de ele se propor a “pôr o Maranhão em alinhamento nacional com a onda de desenvolvimento e distribuição de renda”, mas por inovar, em suas alianças, que extrapolam a engenharia política adotada pelo grupo Sarney, ao apoiar, ao mesmo tempo, os três candidatos à presidência: Eduardo Campos, Dilma e Aécio Neves e ter, como companheiro de chapa majoritária, um vice do PSDB e um preposto senador do PSB que pode ser trocado por outro do PSDB, o ex-governador biônico e ex-prefeito João Castelo, que, por sua vez, representa o que os comunistas e demais setores progressistas consideram como maior atraso.

    Contraditoriamente, Sorrentino induz, como saída, uma candidatura própria ao afirmar: “Quisessem ser diferentes, apresentassem uma candidatura própria, para, aí sim, “chamar ao diálogo os que estão apoiando Flávio Dino”, porém, em outro artigo, anterior, denominado O Maranhão, a Oligarquia e um falso dilema petista, cuja data foi anterior à decisão sobre a tática eleitoral do PT/MA (aliança ou candidatura própria), o mesmo dirigente apregoa: “Se lança candidato próprio, não tem apelo nem chance alguma e pode ser reserva indireta de Roseana, laranja útil por assim dizer”.

    Será que é “o PT que trai seu fundamento de existência nessa matéria, mais uma vez, como afirma Sorrentino?” Podemos até não acertar nas escolhas e até mesmo perder as eleições como sentencia o dirigente comunista, mas o PT jamais amargará o desencanto e a falta de apelo. O PT do Maranhão seguirá na construção de um projeto próprio, baseado na construção coletiva, na aposta em novos (as) dirigentes, na busca incessante do seu horizonte político. O povo maranhense poderá até derrotar o sarneysismo como declara o camarada dirigente, mas o PT jamais será derrotado como ele afirma, pois representa a força de um povo lutador entranhado nas bases e não na imposição de uma única força ou de um único “dono”, diferente daqueles que ferem um projeto de Nação.

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