POR REINALDO BEZERRA: “A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO EM CODÓ”

Reinaldo Bezerra

Amigos codoenses, a cada dia que passa, tenho ainda mais a certeza de que a “Politica do Pão e Circo” é cada vez mais usada quando políticos oportunistas querem adquirir a simpatia do povo, dando a ele diversão enquanto os problemas crônicos que afetam determinados locais acontecem e se perpetuam. 

A política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento.

Com a sua gradual expansão, o Império Romano tornou-se um estado rico, cosmopolita, e sua capital, Roma, tornou-se o centro de praticamente todos os acontecimentos sociais, políticos e culturais na época de seu auge. Isso fez naturalmente com que a cidade se expandisse, com gente vindo das mais diferentes regiões em busca de uma vida melhor. Como acontece até hoje em qualquer parte do mundo, pessoas humildes e de poucas condições financeiras iam se acotovelando nas periferias de Roma, em habitações com conforto mínimo, espaço reduzido, de pouco ou nenhum saneamento básico, e que eram exploradas em empregos de muito trabalho braçal e pouco retorno financeiro.

Esses ingredientes, em qualquer sociedade são perfeitos para detonarem revoltas sociais de grandes dimensões. Para evitar isso, os imperadores optaram por uma solução paliativa, que envolvia a distribuição de cereais, e a promoção de vários eventos para entreter e distrair o povo dos problemas mais sérios na fundação da sociedade romana.

Assim, nos tempos de crise, em especial no tempo do Império, as autoridades acalmavam o povo com a a construção de enormes arenas, nas quais realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. Outro costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no Pórtico de Minucius. Basicamente, estes “presentes” ao povo romano garantia que a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais humildes ficava consolidada.

Para os espetáculos eram reservados aproximadamente 182 dias no ano (para cada dia útil havia um ou dois dias de feriado). Os espetáculos que foram se desenvolvendo em cada uma dessas férias romanas, tinham sua origem na religião. Os romanos nunca deixavam de cumprir as solenidades, porém não mais as compreendiam e os festejos foram deixando de ter um caráter sagrado e passando a saciar somente os prazeres de quem os assistia.

Bibliografia:

DIAS, Anderson. Política do Pão e Circo. Disponível

Em Codó, a politica rasteira praticada por Rolins, Figueiredos, Archeres e por último o poder aliado ao dinheiro, os Oliveiras, que a mais de 30 anos se estabeleceram em Codó à custa de uma mão de obra barata e oprimida busca mandar e desmandar na mente, na vida e até no destino da cidade.

Infelizmente o clima de terror paira numa cidade com um povo pacato, mas que pode estar apenas adormecido, assim espera uma minoria da população, composta por pessoas simples, porém convictas de seus ideais. 

A última afronta dos Oliveiras vem do Carnaval.Tradicionalmente, o evento era realizado em quatro, ou até cinco dias, desta vez, às vésperas de uma eleição municipal o filho do patriarca e prefeito da cidade, decidiu realizar o Carnaval em seis dias, inclusive encerrando a festa em um dia considerado importante para a Igreja Católica, pelo fato de se iniciar a QUARESMA, a quarta feira de cinzas. 

Devoto e religioso que diz ser, Francisco Carlos Oliveira, jamais poderia aceitar tal afronta ao catolicismo praticado por seu filho. 

Mas por conta da truculência, do desrespeito e pra mostrar força e simpatia popular, o Grupo decidiu por romper a tradição divina, afrontando a todos a realizar a festa.

Será que isso não passa do limite? 

Não entendo o silêncio das autoridades católicas, mesmo tendo outras cidades a tradição de se estender o Carnaval além da terça-feira, mas em Codó o frevo não passava do dia oficial. 

Depois dessa, vamos ver qual vai ser a demonstração de força do grupo que a todo custo tenta impor novas regras e costumes a um povo. Vale destacar que aqueles que ousaram desafiar a fé alheia, caíram de joelhos como resposta divina”.

Att Reinaldo Bezerra da Silva

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